Corina Novelino

* 12/08/1912
10/02/1980

Corina Novelino nasceu na cidade de Delfinópolis (MG) a 12 de agosto de 1912. Foram seus pais, José Gonçalves Novelino e Dona Josefina Novelino. Teve mais quatro irmãos: Geni, Eusápia, Jandira e Eurípedes Novelino.

Seus pais transferiram residência para Sacramento quando ela ainda era muito criança. Foi matriculada no Colégio Allan Kardec, fundado e dirigido por Eurípedes Barsanulfo, tendo o privilégio de ter sido sua aluna, e oportunidade que soube aproveitar de seguir os seus exemplos. Fez-se querida de toda a comunidade, sendo considerada benemérita educadora e verdadeira dama da caridade, por tudo que realizou em favor daquela cidade.

Pelo seu espírito de trabalho e compreensão, recebeu o apoio de muitos companheiros, dedicando-se à divulgação da Doutrina. Arregimentou grande número de colaboradores para propagação do sublime ideal. O campo de trabalho de Mãe Corina foi verdadeiro celeiro, tanto para aqueles que já comungavam o ideal Espírita, como para os neófitos atraídos por seus exemplos.

Corina Novelino militou durante toda a sua vida no magistério, como professora do Colégio Allan Kardec e também do Colégio Estadual de Sacramento. Educou diversas gerações, dando todo seu apoio à juventude em todos os seus empreendimentos, com o mais decidido amparo e orientação.

O seu trabalho no Centro Espírita Fé e Caridade, situado no próprio Colégio Allan Kardec, foi muito promissor. Graças ao dinamismo de que era possuída, nasceu o Lar de Eurípides, instituição filantrópica de amparo a meninas carentes.

Além de escritora, colaborou também na imprensa, desde que Homilton Wilson, irmão de Eurípedes, fundou o jornal “A Tribuna”, em Sacramento. Colaborava também nos jornais Estado do Triângulo e Jornal de Sacramento, ambos de grande tiragem. Como escritora, legou-nos o excelente livro “Eurípedes. O Homem e a Missão”, que veio a lume no centenário de nascimento de Eurípedes. Publicou também “Escuta meu Filho”, cuja renda reverteu inteiramente para o Lar de Eurípedes. Por muitos anos colaborou ainda com o Anuário Espírita da Araras. Diversos órgãos da imprensa espírita publicaram os seus artigos.

Foi inegavelmente a devotada continuadora da obra de Eurípedes Barsanulfo. Cumprindo até o fim a missão a que se obrigou, com fidelidade ao querido Mestre.

Certa ocasião foi convidada por Dona Maria Modesta para assumir a administração do Lar da Criança, em Uberaba. Ficou indecisa, em virtude da grande responsabilidade em Sacramento, inclusive no Colégio Allan Kardec. Resolveu aconselhar-se com o Plano Espiritual, viajando a Pedro Leopoldo, onde nessa época residia Francisco Cândido Xavier. Lá chegando, a reunião estava cheia de criaturas desejosas de falar com o Chico, não sendo possível aproximar-se do médium. Manteve-se em prece, rogando a Jesus que abençoasse a todos. Qual não foi a sua surpresa quando, após o culto evangélico, Chico lhe chamou pelo nome (ela não o conhecia ainda). Aproximou-se e o médium entregou-lhe uma mensagem de Eurípedes Barsanulfo, que dizia: “Corina, você é a minha última esperança em Sacramento”. Tão emocionada ficou, que não compreendeu de pronto o significado da mensagem.
Reflexionando posteriormente, entendeu que não deveria aceitar o convite para Uberaba, continuando no trabalho que já vinha desenvolvendo em Sacramento.

Fundou o Clube das Mãezinhas, convidando senhoras da sociedade sacramentana para costurar roupinhas e enxovais para crianças pobres, as quais eram distribuídas semanalmente, até para cidades vizinhas.

Vale dizer que o Lar de Eurípedes foi mantido, durante muito tempo, quase que às suas expensas, com o ordenado de professora. Em 1976 foi reconhecido de Utilidade Pública Estadual, pelo Decreto n 18.160, de 03/11/1976, tomando a denominação de Instituto de Caráter Promocional e Educativo a Menores, amparando mais de 100 crianças pobres. Até então era semi-internato. As crianças passavam o dia recebendo alimentação, vestuários e educação intelectual, moral e cívica, sem distinção de credo religioso.

Corina contribuiu de forma marcante com o movimento Espírita de Sacramento, no qual tinha estreitas relações de amizade e laboriosas atividades, tanto no campo doutrinário como assistencial. Um exemplo de trabalho e de abnegação. As crianças do Lar Eurípedes Barsanulfo, chamavam-na carinhosamente de Mãe Corina. Na realidade ela foi mãe dos deserdados, amparados por suas mãos carinhosas, em qualquer situação.

A desencarnação de Corina Novelino ocorreu no dia 10 de fevereiro de 1980, em Sacramento. Fora internada na Santa Casa de Misericórdia no dia 3 do mesmo mês, acometida de um derrame cerebral. Toda a família espírita sentiu o seu desaparecimento da vida física, desfalcada de uma das mais fiéis discípulas de Allan Kardec e de Jesus.